Olhando para cima!
Da edição de 1º de junho de 1929 do Christian Science Sentinel
por Henry C. Burchell
Há uma história sobre uma ponte primitiva em uma terra distante que os viajantes tinham muita dificuldade para atravessar. A ponte, feita pelos nativos com cordas de fibra, era o único meio de atravessar um abismo profundo. Antes de começar a atravessá-la, a viagem parecia relativamente fácil; mas quando a ponte começava a tremer e balançar, aqueles que estavam sobre ela hesitavam, duvidando de sua capacidade de sustentá-los. Seus medos aumentavam à medida que viam o abismo profundo abaixo deles, e o guia gritava: “Olhem para cima!”. E, à medida que obedeciam, seus medos diminuíam e a viagem se tornava fácil. Para o estudante da Ciência Cristã, esta história é repleta de significado. Nela, ele pode ver tipificado o processo pelo qual pode obedecer ao Decálogo e praticá-lo na vida diária, juntamente com o Sermão da Montanha de Cristo Jesus.
Para aqueles que se esforçam sob a crença de que a matéria é real, que é o meio para a saúde, a harmonia e a felicidade, e que está sujeita à dor e à angústia; para aqueles que buscam, cansados, o descanso da correria e do clamor da vida cotidiana, a Ciência Cristã contém a chave para a liberdade verdadeira e duradoura e abre o caminho pelo qual também podem compartilhar múltiplas bênçãos com os outros. Na página 521 de “Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras”, de Mary Baker Eddy, lemos: “A harmonia e a imortalidade do homem estão intactas. Devemos abandonar a suposição oposta de que o homem é criado materialmente e voltar nosso olhar para o registro espiritual da criação, para aquilo que deve ser gravado no entendimento e no coração ‘com a ponta de um diamante’ e a pena de um anjo.”
O “registro espiritual da criação” está contido no primeiro capítulo e nos cinco primeiros versículos do segundo capítulo de Gênesis. Aqui está escrito que Deus criou o homem à Sua imagem e semelhança, viu que tudo o que havia feito era bom e declarou Sua criação concluída. Visto que, como nos diz Jesus, “Deus é Espírito” e “sem ele nada do que foi feito se fez”, a criação de Deus deve ser espiritual; e como não há dois criadores, a matéria não foi criada. A matéria nada mais é do que o estado subjetivo da mente mortal, que, por sua vez, é apenas um oposto suposto da Mente única, Deus.
A obra de Deus está consumada e completa, espiritual e boa; e a matéria e o mal são apenas crenças errôneas da falsa consciência material. À medida que expulsamos essas crenças de nossa mente, trocando-as pela verdade, livramo-nos delas e nos tornamos espiritualmente orientados. Percebendo que tudo é Espírito, Mente, que somente o espiritual é real, que toda crença material é uma falsificação, e então substituindo essas falsas crenças por conceitos corretos, estamos desviando o olhar da suposição oposta, do irreal para o real. Através do amor a Deus e à Sua criação, nossos pensamentos são então barrados a sugestões malignas. À medida que conseguimos fazer isso, percebemos a realidade e a substancialidade do Espírito, Mente; e as falsas crenças desaparecem. “Porque Deus é Espírito, nossos pensamentos devem se espiritualizar para nos aproximarmos dEle, e nossos métodos se tornam mais espirituais para se adequarem aos nossos pensamentos”, diz nossa Líder na página 7 de “A Ideia do Povo sobre Deus”. Refletindo sobre essa frase, vemos que, uma vez iniciado, o progresso espiritual deve continuar.
A jornada que estamos fazendo é a nossa aproximação a Deus, o Amor. Confrontados com o abismo da materialidade, que todos devem atravessar, não precisamos hesitar. A verdade percebida conduz a uma compreensão mais elevada de Deus. Cristo Jesus nos mostrou o caminho; e a Sra. Eddy, por meio de seus escritos, nos mostrou como trilhar esse caminho. Durante nossa jornada, devemos olhar para cima continuamente, vendo os outros como Deus os vê na realidade, nunca direcionando a atenção desnecessariamente para aqueles que parecem estar progredindo lentamente. Devemos sempre nos esforçar para ver o homem como a ideia do Amor, refletindo a perfeição. Então, o medo é substituído pela coragem e a dúvida pela confiança; nossos passos se tornam fortes e logo nossos pés estão firmemente plantados na compreensão espiritual. Assim, aprendemos como beneficiar a nós mesmos e aos outros.
Ao ouvir testemunhos de gratidão em qualquer uma de nossas reuniões de quarta-feira à noite, devemos nos alegrar com as vitórias espirituais sobre o erro. Se uma correção parecer necessária, podemos fazê-la com amor em nossos corações. Ter um conceito errado da criação do Amor é olhar para o abismo da materialidade, acreditando que ela é real; e assim perdemos nossa visão espiritual. Nossos passos se tornam instáveis e nosso progresso se afrouxa. É evidente que, se obedecermos a Cristo, a Verdade, nossa jornada não poderá ser atrasada pelas falhas dos outros. A necessidade é espiritualizar nossos próprios pensamentos e purificar nossos próprios motivos. Deus julga de acordo com os motivos.
Que exemplo maravilhoso os Cientistas Cristãos têm em sua Líder, e como são afortunados por terem seus escritos para guiá-los! Depois de todos os seus anos de sacrifício, quando alguns que ela se esforçou para abençoar procuraram prejudicá-la, ela pôde escrever (Escritos Diversos, p. 277): “Nenhuma evidência diante dos sentidos materiais pode fechar meus olhos para a prova científica de que que Deus, o bem, é supremo”. O que poderia nos inspirar melhor a seguir em frente?