Sendo governado por Deus
Gilbert Carpenter
Na realidade, a declaração da Sra. Eddy era de que ela agia sob a tutela de Deus, de modo que tudo o que ela dizia ou fazia para tratar as pessoas de maneira gentil não era porque ela era uma boa mulher, moral, altruísta e de temperamento doce, mas porque ela havia demonstrado o governo de Deus a tal ponto que se tornara uma segunda natureza; tudo o que Deus exigisse que ela fizesse, ela tinha que fazer.
Pensar que a Sra. Eddy praticava o bem por ser um instinto humano inerente não era a concepção correta a seu respeito. Na Ciência Cristã, os alunos não devem expressar altruísmo e compartilhar com os outros apenas porque acreditam ter natureza amorosa; mas porque são governados por Deus. Certamente, devem sempre agir de maneira a despertar elogios e consideração humana, mas devem fazê-lo inteiramente como a Sra. Eddy. Ela criou uma lei para si mesma, a de que não poderia deixar de ser gentil, porque era governada por um Deus gentil.
A Ciência Cristã não gera apenas o desenvolvimento das virtudes humanas; ela exige que se reflita Deus. A Sra. Eddy não alegava nenhuma virtude autoderivada. Ela não expressava amor a partir de uma motivação humana de altruísmo e bondade, mas com base na obediência a Deus. Ela fazia o que Ele lhe ordenava. Portanto, quando Ele lhe dizia para ser severa, ela tinha que ser severa, por mais que desejasse ser diferente. Em sua famosa aula de 1898, perguntaram-lhe se os Cientistas deveriam reprovar o erro nos outros, ou se a compreensão do Amor o destruiria sem uma repreensão audível. Ela respondeu: “Uma das coisas mais difíceis que tive que fazer foi lidar com essa mesma questão. Eu preferiria, a qualquer momento, me deter apenas no Amor e me afastar do erro; mas isso não seria suficiente. Permitiria que o erro aumentasse”, Jesus repreendeu severamente. “Devo fazer isso até chegar àquele lugar na Mente onde não consigo ver o erro, onde Deus, o Espírito, é Tudo em tudo.” (Preceitos IV, página 196)
Jesus incluiu como qualificação para a liderança a disposição de lavar os pés de outrem. Ele declarou que sua disposição de lavar os pés de seus discípulos constituía parte de sua aptidão para liderá-los. Ele se defendeu da ambição humana e evitou o engrandecimento pessoal, pois sabia que, se permitisse ser exaltado pessoalmente, isso lhe custaria uma perda de Deus que poderia ser fatal para sua missão. (Preceitos III, página 119)