Justificaçâo |

Justificaçâo

Ira W. Packard


10 de maio de 1913

Mencionado na Mesa Redonda de 26/10/2025

A Ciência Cristã ensina que, para compreender Deus corretamente e compreender nossa filiação divina, nossa unidade eterna com Deus, o pensamento deve estar liberto de falsas crenças e das conclusões errôneas que delas resultam. Uma das mais sutis dessas conclusões errôneas é a crença em um passado material, a crença de que fomos mortais e tivemos, no passado, experiências materiais que foram realidades.

Enquanto esse erro permanecer inalterado ou não refutado no nosso pensamento, ele nos aprisiona com grilhões mentais à conclusão de que temos uma dívida a pagar por ofensas passadas, físicas ou morais; assim, trabalhamos sob a influência devastadora do medo e da autocondenação — as causas que provocam a doença e a morte.

Há alguns anos, um praticante da Ciência Cristã teve como paciente um veterano da guerra civil, que sofria de um ferimento sofrido na guerra. Como o caso não cedeu ao tratamento, a Sra. Eddy foi questionada sobre qual, em sua opinião, poderia ser o erro que impediu a cura; ela respondeu, na prática, que tanto o ‘terapêuta espiritual’ quanto o paciente acreditavam que houve uma guerra e a consideravam um elo na história do homem.

Quantos de nós nos libertamos completamente o pensamento da crença de que o erro, o mal, teve uma história? Foi-nos dito que Cristo veio para destruir as obras do diabo e, para demonstrar a Verdade para nós mesmos e para os outros. é absolutamente necessário que o pensamento seja libertado desse pesadelo, dessa crença em um passado material, pois enquanto ela persistir, estaremos cedendo à alegação do erro de que possuímos uma vida separada de Deus.

Se a Vida é Deus, como ensinam a Bíblia e a Ciência Cristã, então a crença na existência separada de Deus é uma ilusão, não é real e nunca foi real; é o sonho de Adão a ser superado, provado irreal, da maneira que Jesus nos mostrou, e isso nunca poderá ser feito com certeza, enquanto admitirmos sua realidade, seja passada ou presente. A crença na concepção, nascimento, crescimento e maturidade materiais nunca esteve na Mente, nunca foi o homem ou uma crença do homem; ela é e sempre foi nada mais que uma falsidade autoconstituída, como Jesus a definiu quando disse: “Vós tendes por pai o diabo, e quereis satisfazer os desejos de vosso pai. Ele foi homicida desde o princípio e não se firmou na verdade, porque nele não há verdade. Quando ele profere mentira, fala do que lhe é próprio, porque é mentiroso e pai da mentira.” (João 8:44)

Nossa Líder diz: “Como o homem é o reflexo de seu Criador, ele não está sujeito a nascimento, crescimento, maturidade ou decadência. Esses sonhos mortais são de origem humana, não divina” (Ciência e Saúde, p. 305).

De que fardo podemos nos aliviar quando compreendemos que, na verdade, não existe um passado maligno para nos atormentar e nos importunar com sua lembrança. Assim, a crença na hereditariedade é apagada, a crença na influência pré-natal e a crença de que o homem, ideia de Deus, alguma vez foi escravo ou servo do pecado. Também podemos escapar da crença consciente ou inconsciente de que estamos sob qualquer “veredito parental”, “veredito médico” ou sentença humana de qualquer tipo; de que alguma vez fomos prejudicados pela negligência, física ou mental; de que quebramos uma lei física no passado e devemos sofrer as consequências disso.

À luz da Verdade, todas essas alegações são vistas como falsas, não fazendo parte da verdadeira existência, pois “se alguém está em Cristo [a ideia espiritual do ser], nova criatura é; as coisas velhas já passaram(2º Corintians 5:17); porque essas coisas nunca existiram.

Muitos textos bíblicos podem ser citados como ilustração:

Apaguei as tuas transgressões como a névoa, e os teus pecados como a nuvem.” (Is. 44:22) “E dos seus pecados e das suas iniquidades não me lembrarei mais.” (Hebr. 8:12)

“Lançarás todos os seus pecados nas profundezas do mar.” (Miquéias 7:19)

Do ponto de vista científico de que “agora somos filhos de Deus” (1 John 3:2) e, consequentemente, sempre fomos, podemos combater e superar compreensivamente todas as afirmações da falsa crença chamada mal. No direito penal, se um homem acusado de um delito puder provar um álibi, ele é imediatamente absolvido; pois é evidente que ninguém pode estar em dois lugares diferentes ao mesmo tempo.

Portanto, através da compreensão espiritual, estabeleçamos nosso álibi: saibamos que não estávamos lá quando o suposto delito foi cometido; estávamos em Deus e sempre estivemos, pois “nele vivemos, nos movemos e existimos(Atos 17:28). Para nos libertarmos de crenças mortais, não devemos fazer falsas admissões mentais; não devemos conceder ao erro mais realidade no chamado passado do que no presente, pois “como um homem pensa em seu coração, assim ele é”. (Proverbios 23:6)

Devemos saber que uma crença falsa, ou falsa alegação, nunca foi nossa crença ou nossa alegação, mas foi simplesmente uma das mentiras do mal sobre o homem; E essa mentira nunca afetou o homem nem um pouco, nem mudou a realidade sobre o homem, assim como uma mentira sobre a tabuada não afetou sua verdade imutável. Tanto o homem quanto a Ciência são coexistentes e coeternos com Deus. Todas as ideias de Deus são perfeitas e indestrutíveis.

O sonho de Adão de existência material não tem Deus, nem criatura. Nenhum criador, nenhum Princípio divino; não é Ego; portanto, deixemos de nos identificar com ele, tanto no passado quanto no presente; mas identifiquemo-nos com o homem real, o homem de Deus, e, deste ponto de vista Crístico, todas as alegações do mal serão vistas como falsidades.

O Salvador, que conhecia as possibilidades do homem, disse: “Sede vós, pois, perfeitos, como é perfeito o vosso Pai que está nos céus.” (Matt. 5:48) Não podemos ser salvos adulterando o chamado homem mortal, mas superando a crença de que somos ou já fomos mortais. A promessa é: “Ao que vencer, conceder-lhe-ei que se assente comigo no meu trono, assim como eu também venci e me assentei com meu Pai no seu trono.” (Rev. 2:7)

Mais: 9 “E a ninguém sobre a terra tratai de vosso Pai; porquanto só um é o vosso Pai, aquele que está nos céus.” Mat.23:9

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